Reclamada por uns e desprezada por outros, a função sa imprensa espírita é atividade pouco ou quase nada exercida. Às vezes só acontece esporadicamente. E aqueles que se aventuram a exercê-la quase sempre recebem por prêmio uma silenciosa condenação.São vistos como obsediados, vaidosos, incentivadores da desunião, inimigos da unificação. Entre nós, a crítica do pensamento costuma ser vista como crítica ao pensador; a análise da produção mediúnica é tida como agressão ao médium; e a crítica ao comportamento de uma instituição é tida como crítica à própria instituição. O conceito de concessão divina vige com muita força em nossas hostes. Por imaginar existir segundo decisão divina, boa parte das nossas instituições não admite crítica contraelas, porque, no fundo, entendem a crítica como dirigida ao poder que lhes concedeu o mandato. A fé espírita é aliada da razão; nisto todos estão de acordo. Mas quando a razão se insurge contra os excessos do sentimentalismo e a manutenção da ignorância, é recebida como inimiga. E como tal tratada! A boa imprensa espírita tem compromisso com a verdade, não tem escolha: ou é defensora da verdade ou se faz aliada da mentira. Não defender a verdade é a pior das posições de qualquer imprensa, principalmente a espírita. A omissão é uma aliança com a mentira. E tão danosa quanto a mentira. Omitir a verdade é concordar com a distribuição da má informação (que é também mentira) e silenciar ante os milhões de corações que são iludidos por ela. Somente os caracteres fortes são amigos da verdade!...