Em tempos de (re)emergência de discursos segrega-cionistas e silenciamentos, esta coletânea nos convida a uma reflexão sobre a função da palavra. Ao sopro de A Tempestade de Shakespeare, somos lançados a um mar de indagações sobre o que pode ser dito e o que permanece silenciado diariamente.Navegar pelas páginas desta coletânea pode ser como afinar o ouvido para uma sinfonia de vozes que ecoam, uma sinfonia que pulsa entre o silêncio e a palavra, entre a segregação e a (re)existência: o sonho como refúgio ao desamparo, a música como resistência ao insuportável, a palavra como ato, a escrita como experiência e barreira ao que é destrutível, a escuta como arma contra a violência.Do grito ao diálogo, da força bruta à escuta do vulnerável, somos confrontados com a urgência de endereçar a palavra ao outro, de romper com o isolamento e o emudecimento. Sem farol nem mapa, uma esperança equilibrista encontra aqui um apoio para sua viagem pelos mares da incerteza, afastando a resignação.