Um olhar atento sobre a formação de São Paulo surpreenderá, desde logo, os caminhos fluviais que permitiam a alimentação, a recreação e o deslocamento de seus mais antigos habitantes; também focalizará as trilhas terrestres, com tropeiros e suas tropas interrompendo as viagens para o pouso, nas margens dos rios. Este livro ressalta que o traço característico desse processo está na constituição de uma sociedade movediça, configurada pela dispersão humana, por um ir e vir constante - a "têmpera andeja" - como mecanismo de alcance do "equilíbrio vital". A autora estuda alguns aspectos da sociedade paulista, na primeira metade do século XIX, sublinhando sempre essa marca de movimento, que imprime à vida urbana um ritmo incessante de ficar e de partir.