O trio de tradutores (Bruno Palavro, Leonardo Antunes e Pedro Mohallem) nos entrega um novo Byron - novo e ainda assim o mesmo. Na primeira parte desta coletânea, encontramos poemas extraídos de Hours of Idleness - o primeiro livro de Byron, publicado quando o autor tinha 19 anos. Em seguida, vêm trechos de Hebrew Melodies: fruto da simpatia do autor pelos povos desvalidos e dominados, a obra nos lança, em seus melhores momentos, de forma assustadoramente verossímil, no severo e desértico universo do Velho Testamento (é o caso do magnífico The Destruction of Senacherib). Na terceira parte, há poemas avulsos, incluindo uma das melhores composições curtas em língua inglesa: Darkness. A seção final desta coletânea contém fragmentos de épicos byronianos, como Childe Harold's Pilgrimage e Don Juan. Ao verterem esses poemas, os tradutores mantiveram o esquema de rimas e o verso medido - porém, sabiamente, escolheram expandir as sílabas de cada linha em português. Assim, um pentâmetro iâmbico pode tornar-se um verso de doze sílabas, enquanto um tetrâmetro pode tornar-se um decassílabo. O ganho de espaço em cada linha permite que o vernáculo se expanda e floresça. E a leitura não apenas flui, como surpreende.