Este livro surgiu com base nas minhas experiências e inquietaçõesartísticas relacionadas às problematizações degênero e sexualidade na escola. Durante minha prática em sala deaula, como professor-artista, lecionando na educação básica em escolaspúblicas e privadas de São Luís - MA, identifiquei que as relaçõesde gênero e de sexualidade surgiam nas aulas de teatro por meiodos processos criativos, das cenas improvisadas, dos experimentoscênicos, dos jogos teatrais, bem como dos espetáculos.A partir das experiências adquiridas em sala de aula e, principalmente,diante da minha dificuldade em mediar as discussõesrelacionadas aos temas de gênero, sexualidade e queer durante a práticadocente, houve o despertar de meu interesse em investigar e sistematizarminha prática artístico-pedagógica através do método doDrama em diálogo com as temáticas transversais LGBT+1 na escola.O Drama, método inglês difundido no Brasil por meio daspesquisas da autora Beatriz Cabral2 (2006), oportuniza a criação deum processo cênico investigativo, baseado na delimitação de umcontexto ficcional e na vivência de papéis. Assim, a partir de umcontexto fictício e com base num problema ou numa situação detensão, os/as alunos/as e professor/a podem vivenciar papéis ficcionaisem diálogo com as situações propostas em cada processo, com oobjetivo de criar uma narrativa teatral coletiva (Cabral, 2006; Vidor,2010; Pereira, 2015; Freitas, 2012; 2017; Desgranges, 2017).As primeiras aproximações com os estudos teóricos de gêneroe sexualidade ocorreram ainda na graduação, quando o ProgramaInstitucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) na UniversidadeFederal do Maranhão (UFMA) me oportunizou investigar,no contexto da historiografia teatral maranhense, as performancesde gênero na construção dos/as personagens ludovicenses3 LGBT+(gay, lésbica, bissexual, trangêneros/trans/travesti, dentre outros/as).