"Era preciso existir ser humano para que a palavra se colocasse em ação pelo canto e pela fala, como espelhos divinos." Em Teko hypy, a origem do mundo é apresentada segundo a cultura mbyá-guarani, com base em narrativas poéticas passadas de geração em geração, em rodas de conversa junto ao fogo: a partir da espiga de milho, a divindade Nhanderú Tenondé criou todas as pessoas - indígenas e não indígenas - para viverem juntas no mundo imperfeito. Trata-se de uma visão não ocidentalizada e não hegemônica da criação do universo. A linguagem verbal do livro, carregada de oralidade e síntese poética, convoca o leitor à escuta e à imaginação. Já a linguagem visual, marcada por traços firmes, cores fluorescentes e figuras simbólicas, amplia o impacto sensorial da narrativa e convida o leitor a acessar a cosmovisão mbyá-guarani de modo intuitivo e afetivo. Ilustrada e bilíngue (português e mbyá-guarani), a obra é assinada por Ariel Ortega Kuaray Poty, Leandro Kuaray Mimbi, Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro.