Se ainda restassem dúvidas de que "onde há ser humano, há arte", o livro de Maria Cecília Ribeiro Corrêa acabaria com todas elas. Obviamente, não apenas pela palavra constar no título, Terapia Ocupacional, Arte e a Psicanálise de Winnicott, mas sim pela presença em cada uma das páginas, nas linhas e entrelinhas - quer quando a autora compartilha o belo trabalho que realiza com seus pacientes-artistas, quer quando nos revela sua trajetória pessoal no campo. E, ainda, quando transita pelas contribuições teóricas que a inspiraram a criar o termo: terapia ocupacional hibridizada com a arte. Trata-se de leitura mais do que obrigatória, não só para os profissionais da TO, mas para todos que buscam encontrar nas coisas do mundo - dentre elas, o livro - possibilidades de enriquecimento e transformação.- Claudia PerrottaPensando e escrevendo em um espaço intervalar, constituído na interface entre arte e saúde, Maria Cecília Ribeiro Corrêa constrói o testemunho de uma experiência grupal, que se desenrola em torno da produção de "mosaicos de nós" e de si. Uma escrita convidativa, com profunda densidade clínica - que parte da terapia ocupacional, sem nunca se distanciar dela, e se estende para a arte, a filosofia e a psicanálise - acompanha movimentos criadores, artesanias, fazeres e agires coletivos para revelar um processo terapêutico ocupacional envolvido com o reestabelecimento da experiência com objetos da cultura e da vivacidade do corpo no mundo. Nessa direção, nos diz a autora, "a terapia ocupacional, campo de conhecimento que se detém no estudo, compreensão e significação dos processos de fazimento de vida, tem um lugar privilegiado para reflexão e elaboração crítica do cotidiano, contribuindo para a constituição de um ser humano fazedor de sua história e da história do mundo."- Elizabeth Araújo LimaO livro que nos chega é expressão de força e dedicação profissional no campo da terapia ocupacional, nos conta sobre um modo de trabalhar que associa ao campo, a arte e a psicanálise winnicottiana, com enfoque nos atendimentos realizados no cotidiano das práticas de terapia ocupacional. Fala sobre acolhimento e cuidado, sobre as relações entre pessoas, materiais e fazeres; fala sobre ativar forças de criação, desloca ações de terapia ocupacional em direção à arte, à vida e à produção da saúde e da cultura. Desdobra-se do trabalho de pesquisa de sua dissertação de mestrado, mas sobretudo de uma experiência profissional sustentada, aproximadamente por 10 anos