A história fantástica do primeiro lançamento espacial brasileiro tripulado ganha neste livro uma dimensão a mais, além daquelas convocadas por uma história de ficção científica: trata-se da dimensão plástica, prenhe de sentidos, oferecida pelas reproduções das obras de Antonio Henrique Amaral. A ironia é uma ponte que liga o texto verbal com o texto gráfico, mas não é a única. As alegorias críticas da autora encontram reflexo, mas sobre outras luzes, nos ícones às vezes ambíguos, às vezes eloquentes da obra do pintor. Alternando a leitura entre narrativa e a obra de arte reproduzida o leitor jovem tem a oportunidade de enxergar uma pela lente da outra. Distorções, reduções, deformidades e exageros são produzidos no texto e no ícone em razão dessa operação de observação por meio de lentes trocadas. Porém, quem disse que esses fenômenos desaparecem se cada qual for observada por sua própria lente?