Uma obra inovadora que mergulha no papel da linguagem no entendimento e na gestão dos riscos em diferentes campos do saber. Mary Jane Paris Spink parte de sua experiência como psicóloga social para apresentar uma abordagem única, fundamentada em teorias construcionistas e análises discursivas, investigando como a linguagem molda práticas, políticas e percepções em torno do risco.Dividida em quatro partes, a obra inicia discutindo o surgimento e a evolução do conceito de risco na Modernidade, abordando desde sua etimologia até sua relação com a teoria das probabilidades. No segundo bloco, o foco recai sobre o risco como aventura, com ênfase nas experiências dos esportes radicais e nos elementos de emoção e desafio. A terceira parte trata do uso do risco como ferramenta de governamentalidade, analisando políticas públicas voltadas para saúde, como o controle do tabagismo e as campanhas de vacinação. Por fim, a autora explora as incertezas contemporâneas, como os impactos da era genômica e os desafios do Antropoceno, com destaque para as mudanças climáticas.Ao longo do texto, Spink combina rigor acadêmico com uma abordagem acessível, utilizando exemplos que vão do cotidiano à análise de políticas globais. Referências clássicas e contemporâneas, como Ulrich Beck, Michel Foucault e Anthony Giddens, são integradas, enriquecendo o diálogo teórico.O livro também se destaca por sua relevância prática, lançando luz sobre a maneira como a linguagem do risco influencia decisões individuais e coletivas. Ao trazer à tona o papel performativo da linguagem na construção social dos riscos, Spink oferece uma leitura indispensável para pesquisadores das ciências humanas, gestores públicos e interessados em compreender as complexidades do mundo contemporâneo."Usos da Linguagem dos Riscos" é uma obra essencial que conecta passado, presente e futuro, desafiando os leitores a repensarem suas noções sobre controle, incerteza e responsabilidade coletiva.