A responsabilidade pelo cuidado do idoso que não pode sobreviver por si é uma questão extremamente delicada. A família é certamente o espaço a ser privilegiado, mas o Estado e outras instituições sociais não estão isentas de responsabilidade pelo amparo aos velhos - biológica, psicológica ou socialmente - desvalidos. As instituições de longa permanência são uma opção viável e uma necessidade social. Execrá-las como se fossem o inferno, considerar familiares e profissionais como algozes, ou mesmo aceitá-las como um mal necessário é não ter olhos para a enorme complexidade das relações envolvidas no cuidado familiar e formal de idosos. Monstros, insensíveis e exploradores não são rótulos que se encaixam perfeitamente a todos os profissionais de asilos. Não cabe aos filhos, sempre, rótulo de ingratos, insensíveis e desnaturados, ou então de amorosos, responsáveis e gratos. Nem todo idoso é apenas santo, vítima, ou desajustado e, definitivamente, a velhice não suscita