Venha viver um mês entre os berberes da Argélia do século XIX.Quando o pintor inglês Edgar Barclay viajou para a Argélia em 1880, buscava paisagens e cenas pitorescas entre as montanhas da Cabília, lar do povo berbere. O diário que resultou dessa jornada é uma imersão no cotidiano de uma cultura milenar que preservava usos e costumes quase intactos.Em A Vida na Montanha na Argélia, Barclay descreve casamentos, funerais, rituais e hábitos em cenas que curiosamente foram retratadas por poetasda antiguidade clássica como Homero e Virgílio.Assim, entre a narrativa pessoal e citações de tão consagrados versos, este diário de viagem é um verdadeiro testemunho da vida que passa e dos costumes que ficam, reproduzidos e preservados no simplesviver cotidiano.A viagem ocorreu no auge da colonização francesa na Argélia, um processo violento que, com sensibilidade artística e olhar antropológico, o autor não deixou de observar, anotando o profundo impacto de tudo isso sobre a vida autóctone berbere.Hoje, muito do que Barclay narrou está preservado em museus, ruínas e tradições vivas que atualmente a Argélia exibe ao mundo em uma nova fase de retomada do turismo no país.A Vida na Montanha na Argélia é um livro oportuno. Um tributoa um mundo que resiste ao tempo, pulsante de história e beleza e uma ótima fonte para quem deseja conhecer uma África que vai além dos safaris selvagens.