Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) representa uma importante figura na história da literatura portuguesa, seja pelas suas propostas de uma poesia de semblante futurista, mas também intimista, seja pela forma com que sua narrativa de caráter surrealista é construída. Foi amigo muito próximo de Fernando Pessoa, o qual o introduziu no ciclo dos modernistas. O romance A confissão de Lúcio (1913) envereda pelo fantástico, retratando exemplarmente o então movimento de vanguarda que foi o Modernismo português. É a história de um triângulo amoroso, composto por Lúcio, Marta e Ricardo, apresentada segundo o figurino do romance policial inspirado nas novelas de Edgar Allan Poe.