A imitação consiste em transpor para o nosso próprio estilo as imagens, os procedimentos e o jogo das frases que dão vida ao tom peculiar de um autor. Mas tal jogo, longe de ser o resultado de um método artificial, é fruto da sensibilidade interior,e é essa sensibilidade que é necessário absorver, e não a parte material do texto. Imitar não é copiar, nem parodiar. A paródia é uma imitação servil; é um exercício mecânico de meter a mão em algo que não é nosso. Quanto ao plágio, é roubo desleal econdenável. A boa imitação, por sua vez, consiste em aproveitar as concepções e a forma da exposição de outrem, e colocá-las em ação segundo as qualidades pessoais e o modo de ver do imitador. Longe de suprimir o mérito individual, este processo serve para criá-lo. Este livro trata de expor como se pode aprender a escrever estudando e assimilando os processos dos bons escritores. O autor percorre as obras dos grandes mestres, dos clássicos aos modernos, fazendo ressaltarem as belezas que devemos imitar, e os defeitos que é preciso evitar.