Aos 20 anos de idade, depois de já ter certa familiaridade com as Kareninas, as Bovarys e os Karamazovi de nossas colonizadas bibliotecas, a jovem esposa de um amigo me ofereceu a sua 'versão atualizada' de nossa Francesca da Rimini.Felizmente, esse replay teve um desfecho alterado, evitando a dupla tragédia, apesar do alto e platônico preço que tivemos que suportar. E ela me presenteou com um dos mais belos romances triangulares que, durante muitos anos, sustentou meu amor pela literatura e por sua mensageira: Sparkenbroke, do inglês Charles Morgan.Meu "A letra L" faz algumas menções ao livro inglês, mas apenas como a homenagem que me pareceu devida, além, claro, do isomorfismo 'geométrico' - todo triângulo tem três lados, três ângulos internos e três externos, sempre silenciados.Aqui, a atribulada viagem de um homem, (e de suas extraordinárias mulheres), seus lugares, seus tempos, seus valores, suas alternativas e escolhas, e, sobretudo, sua corrida de obstáculos, da infância à maturidade, para ajustar e administrar as suas muitas 'esquisitices'.Este homem, Luís Cláudio não era de Itabira, mas também era 'gauche'.