Em A morte da arquitetura, E. Michael Jones investiga a origem de um movimento que não apenas moldou, mas desfigurou a civilização moderna. Sob o pretexto de adaptar a vida familiar aos novos tempos da era industrial, a arquitetura fria e materialista da Bauhaus se espalhou pelo mundo como se encarnasse o próprio ideal de progresso. Mas por trás das linhas limpas e da estética funcional, escondia-se uma ambição mais profunda e perturbadora. Nascida dos escombros da Primeira Guerra, a Bauhaus se propôs a romper os laços do homem com a terra, com o lar e com a tradição - lançando-o numa multidão anônima, desprovida de raízes e pertencimento. Mais do que arquitetos, seus criadores foram engenheiros de almas, dedicados a modelar um novo tipo humano: o nômade sexual, sem cultura, sem lar, sem lugar no mundo. Essa orfandade emocional, porém, era apenas a condição necessária para a liberação sexual. A arquitetura deixou de ser neutra e tornou-se o instrumento discreto de uma revolução. Para Jones, Gropius e seus colegas não foram meros visionários, mas revolucionários empenhados em instaurar a degeneração sob o verniz da vanguarda. Como se a ruína interior e a derrocada histórica alimentassem o mesmo desejo de destruição, assim nasceu o "estilo internacional": abrigo da mônada moderna, desprovida de sentido. Mas a ambição ainda ia além. Cada linha reta, cada telhado plano se tornou um símbolo, um desafio à realidade, uma negação de Deus. E sem Deus, conclui Jones, não há futuro. A única saída? Retomar o caminho abandonado - e refazer o percurso.