Uma das obras mais conhecidas de Balzac, A mulher de trinta anos é um clássico divisor de águas entre duas vertentes predominantes na literatura francesa do século XIX: o Romantismo de Victor Hugo e o Realismo de Gustave Flaubert. Ao escolher um tema tipicamente romântico - paixões e desgraças de uma mulher - o autor chega a desenvolvê-lo de modo bem realista, abordando diversas questões incomuns e mesmo chocantes em sua época, inclusive a enigmática sexualidade feminina, menosprezada e reprimida no ambiente burguês. Sua heroína Julie d'Aiglemont, submissa balzaquiana que aspira a realizar-se num verdadeiro amor, fica ao lado de Jane Eyre e Anna Karênina, integrando a galeria daquelas seletas personagens romanescas que os leitores do mundo inteiro admiram por sua universalidade.