Nestes tempos de acirradas disputas nas mídias sociais, este livro é um convite à reflexão sobre como a radicalização de crenças está corroendo o discurso racional e comprometendo avanços civilizatórios fundamentais para a vida coletiva. Nesse contexto, examina-se em detalhe a instrumentalização da razão nos grupos radicalizados e suas consequências. Para tanto, a obra desenvolve o conceito de "razão comprometida" em dois sentidos específicos: como razão prejudicada, falaciosa, mas ainda assim persuasiva; e como razão engajada, comprometida com a coesão e a identidade coletiva dos membros de um grupo. A análise transita da psicologia cognitiva à epistemologia dos grupos, articulando teorias filosóficas e exemplos históricos para desvendar o funcionamento das chamadas "bolhas epistêmicas", ou melhor, dos grupos polarizados ou radicalizados persistentes. O resultado é um estudo original e instigante sobre um dos maiores desafios políticos e intelectuais do nosso tempo.