Quando se propôs a fazer humor sobre o mundo da literatura, Tom Gauld descobriu que podia apontar sua mira para diversos alvos. Autores que deixam leitores esperando anos por suas novas obras. Bibliotecas e seus ritos secretos de organização em meio ao rigoroso silêncio. Editores de olho no próximo best-seller. Críticos com suas manias e frases cheias de acidez. Festivais literários e as competições de ego inevitáveis entre os tipos que circulam por ali.E, é claro, os leitores - com suas pilhas de não lidos, suas promessas de que este ano vão ler livros sérios e profundos (que terminam sob o primeiro guarda-sol), suas mil maneiras de organizar a estante e as tentativas inglórias de autocontrole para não colocar mais livros para dentro de casa.Leitores como você e, sem dúvida, como o próprio Gauld, que sabe enxergar na literatura o que há de paixão e tragédia, de mágico e ridículo, de clichê e novidade - de uma maneira que celebra a inteligência de quem tem esse amor por virar páginas.