"A escolha de Abraham Kuyper pela continuidade do movimento antirrevolucionário e a posterior formação de um partido político, a despeito dos que já se consolidavam à época, não pode ser vista como incidental. É notório, e isto pode ser confirmado pela retórica de Kuyper em seus livros e discursos, que sua oposição ao conservadorismo, ao liberalismo e ao socialismo o levou ao entendimento de que a ala antirrevolucionária era a única adequada ao engajamento cristão. Sua recusa em aceitar as premissas doutrinárias liberais e socialistas baseia-se no entendimento de serem elas procedentes de um fundamento revolucionário, ateísta e idólatra; é, pois, na Revolução Francesa que Kuyper vislumbra a gênese do individualismo enquanto princípio que elevou a figura humana a uma supremacia imaginária que criaria as reações políticas, sociais e econômicas do capitalismo e do socialismo; este, baseado na subserviência do indivíduo ao Estado, aquele, na busca da riqueza pelo indivíduo e sua autonomia