Em 1880, o político paulista Joaquim de Almeida Leite Moraes foi nomeado pelo imperador presidente de Goiás, e sua principal tarefa era garantir o bom andamento da primeira eleição distrital direta a ocorrer naquele estado. Leite Moraes parte de São Paulo em dezembro daquele mesmo ano e chega a Goiás um mês depois. Em sua aventura, atravessa as mais diferentes paisagens, que descreve com riqueza de detalhes em seu "caderno de apontamentos". Estão presentes em suas notas tanto observações sobre o progresso das comunidades ribeirinhas e a paisagem em geral, até notas sobre a própria saúde e a saudade da família. Nesta mescla da esfera política e pessoal reside parte do encanto da narrativa, como observa Antonio Candido na introdução ao livro. Publicado pela Companhia das Letras pela primeira vez em 1995 e agora reeditado pelo selo Penguin-Companhia, o livro foi considerado pelo bibliólogo Rubens Borba de Moraes um dos melhores livros de viagem já escritos no Brasil.