Os textos aqui compilados retomam inúmeras preocupações que vêm me acompanhando no estudo das juventudes e de suas políticas de audiovisibilidade. Nosso interesse particular de pesquisa circunscreve a problematização do modo como expressões da cultura pop (nacional e global), diferentes narrativas do entretenimento (e não um entretenimento qualquer) e do consumo (audiovisual, midiático, mas também conspícuo) são apropriadas, mobilizadas e modificadas por atores e atrizes sociais - nativos digitais e pós-massivos, periféricos e/ou vulneráveis - para a moldagem sincrônica de uma audiovisualidade autoral, curatorial e autobiográfica que se presta, igualmente, à afirmação de trajetórias e reinvenções existenciais de sujeitos que estavam e, provavelmente estariam, relegados à invisibilidade e submetidos a uma condição irreversível de subalternização, calados e tolhidos em suas expressões consideradas excessivamente afeminadas, viadas, andróginas ou masculinizadas.