"A invenção da literatura é, como a invenção do desenho por Dibutade ou a invenção da escrita, uma defensiva urgente contra a pilhagem, o massacre, o esquecimento." Ensaio essencial para os estudos literários contemporâneos, Ayaï, o grito da literatura articula, com força poética e filosófica, a sobrevivência da linguagem diante da perda e da morte. Entre ecos de Sófocles, Shakespeare, Donne, Poe, Proust e Derrida, Hélène Cixous entrelaça crítica e criação para mostrar como a literatura é capaz de religar os vivos aos seus mortos e dar abrigo ao indizível.Para a autora, que evoca uma escrita feita com o corpo e a memória, a literatura é uma força maior que a própria vida, onde traduzimos os gritos agudos e breves da realidade e onde as existências permanecem imunes à destruição. Ao lado de O riso da Medusa e A chegada da escrita, esta edição forma uma espécie de tríade das investigações de Cixous sobre escrita e literatura que expandiram a maneira como concebemos e compreendemos a expressão literária. A edição conta com uma série de fotografias e desenhos do artista franco-argelino Adel Abdessemed.Tradução e prefácioFlavia Trocoli