Cantares reúne poemas, todos frutos do venturoso reencontro de Manoel de Andrade com a poesia depois de trinta anos de abstinência literária. Apenas três deles - Temporada de amigos, Marítimo e Um homem no cais, foram escritos na década de 1960 e engavetados por não refletirem as prioridades políticas de sua poesia naquele Tempo Sujo. Manoel de Andrade apresenta algumas janelas pelas quais ele vê o mundo - sua infância litorânea, a nostálgica ansiedade do marinheiro que não foi, o olhar crítico da indignação política, social e, sobretudo, a inquietude com a sobrevivência ambiental do planeta.