A exploração do espaço sideral tem sido celebrada como prova do avanço técnico da humanidade. No entanto, esse processo se dá sob a mesma lógica do capital que, de modo contraditório, combina avanço tecnológico com destruição. O setor aeroespacial, ao se articular ao Complexo Industrial-Militar dos Estados Unidos, revela que nenhuma inovação ocorre sem custos sociais, ambientais e políticos. Este livro investiga como a economia dos bens de destruição - armamentos, foguetes, satélites e tecnologias espaciais se organiza dentro do chamado "Departamento III", onde os produtos não retornam à reprodução social. Nesse contexto, o direito não atua como barreira à exploração, mas como instrumento de formalização da acumulação capitalista no espaço, assegurando propriedade sobre corpos celestes, blindando investimentos e viabilizando a militarização do cosmos. Uma leitura essencial para compreender os novos contornos da dominação e suas implicações no planeta Terra e para além dele.