Esta obra é um compilamento de memórias do Grupo Universitário de Teatro Amador e traz imagens, reconstrução de cenas, de roteiros e lembranças de personagens dos espetáculos que forjam o itinerário de uma experiência teatral juruaense, iniciada no ano de 1997 e ainda em pleno fôlego. Esta reconstituição da trajetória do Grupo Universitário de Teatro Amador - GUTA, foi elaborada em tempos de pandemia, quando a memória se aflige, pelos horrores das indefinições sobre o futuro e pelo medo da morte. Sua baliza é a ansiedade de registros, pois, em tempos sombrios, declinar de narrar parece equivaler a negar testemunho e testamento. Assim sendo, a transmissão como tarefa de quem fez ou testemunhou os feitos, passa a impor-se como dever testamentário das experiências, reforçando a ideia de que testemunha não é só quem vê/assiste aos fenômenos, mas também quem deles ouve relatos, quem fica sabendo de sua existência, podendo, por isso, levar a narração deste episódio para além de uma configuração espacial e temporal determinada. Trata-se de encenar a história. Reavivar a memória, refazendo o percurso. Os produtos e bastidores da experiência de construção de uma cultura cênica na região do Juruá, através do Grupo Universitário de Teatro Amador da Ufac - GUTA é a caixa de ferramentas das narrativas aqui apresentadas.