O livro parte da apresentação de um conjunto de experiências nomeadas como casa, que consiste na criação, sustentação, coordenação e supervisão de uma série de Residências Terapêuticas que acontecem desde 1999. Conjunto de experiências permeadas desde o início pelo Acompanhamento Terapêutico, que, em estudo pregresso, foi entendido como clínica do acompanhar. Sendo assim, o atual estudo extrai a especificidade clínica do dispositivo da Residência Terapêutica, enquanto clínica do habitar. A partir daí se reconhece o verbo habitar como inerente a toda e qualquer clínica, de modo que o habitar possa ser afirmado como experiência paradigmática da clínica ao lado do acompanhar. Paralelo às experiências acerca da clínica do habitar, desenvolve-se no livro uma série de pensamentos acerca da hospitalidade como princípio ético e político de uma clínica que percorre e reside, que acompanha e habita, tanto na cidade e na rua quanto na casa.