Constelações virtuais é o fruto de um trabalho tenaz, embora não sistemático, que empreendo na sarjeta do actualités hebdomadárias das redes sociais há alguns anos, fazendo crítica e exegese ensaística em nanico formato em um lugar a princípio não adequado para esse gênero de especulações ruminantes. Mas dado que, para mim, crítica é tudo e está em tudo; é tudo o que posso fazer para experienciar melhor os tempos caóticos que correm. Com exceção de um texto sobre Brocka, Oliveira e Arrieta para blog e a revista Cinética, tudo obedeceu a uma lógica de flash fulminante, dado a pequenez do espaço e da paciência do leitor. Este é um livro para gostos e tempos diversos, que tenta ser sintético sem abdicar da profundeza genealógica que, permitam-me, parece ser uma injunção da minha escrita: um esforço, mas também um prazer de vilegiatura. É uma coletânea e, portanto, acidentada e irregular, mas o gosto que me deu de organizar estas páginas consistiu precisamente em sua rugosidade de rascunho.