Este estudo nos propõe uma releitura metafísico-fenomenológica da corporeidade nas principais obras de Marcel, priorizando seu aspecto interrogativo, especulativo e existencial. É possível afirmar uma metafísica da presença a partir da noção de être incarné? Nossa intenção é afrontar os passos fundamentais do être incarné como ponto de partida da questão metafísica de Marcel. Considerar a encarnação como o centro da metafísica significa lançar mão de uma filosofia da existência concreta, aberta e encarnada. Na visão de Marcel, o homem é um être incarné a caminho da descoberta do sentido para a vida. A filosofia da existência de Marcel tem por escopo salientar, em um primeiro momento, uma filosofia da pessoa que pode tornar-se presença através do seu être incarné e, em seguida, o manifestar-se como corpo, que é o meu modo de ser, que me abre a uma relação intersubjetiva, não objetivável.