Utopia concreta e teoria crítica confluem e se fortalecem mutuamente. São faces de um mesmo processo. É o que pretendemos demonstrar nesta obra mediante a abordagem de alguns aspectos que as teorias de Adorno, Marcuse e Bloch nos oferecem. Adorno, por exemplo, considera que somente quando o pensamento contém tanto momentos de imanência quanto de transcendência ele se coaduna com o autêntico materialismo crítico. Bloch sugere que a 'corrente fria' da análise teórica, crítica e científica, precisa estar acompanhada da 'corrente quente', do entusiasmo, do otimismo militante e messiânico. Marcuse defende que a libertação das mazelas e opressões resultantes do princípio de realidade estruturante da sociedade capitalista passa pela articulação de aspectos e dimensões que indiquem para mudanças capazes de subsidiar um novo princípio de realidade, qualitativamente distinto.