Clássico fundamental da literatura brasileira, Machado de Assis possui uma faceta que continua pouco explorada por leitores e críticos: a de prolífico cronista de jornais e revistas. Quase sempre sob pseudônimo, como era costume na época, o autor de Memórias póstumas de Brás Cubas escreveu centenas de crônicas para diversos veículos da imprensa do Rio de Janeiro entre 1859 e 1900, e dessa atividade obteve parcela importante de sua renda, mesmo após se tornar um escritor consagrado. Por meio da leitura da vida cotidiana na antiga capital do país, além das notícias da política nacional e internacional - inclusive a Abolição, a Proclamação da República e a Guerra de Canudos -, o escritor também exercitava a prosa genial com que compôs seus textos ficcionais.Para este livro, o crítico e professor de literatura John Gledson consultou os arquivos da imprensa carioca no século XIX para selecionar cinquenta textos com o melhor da produção jornalística de Machado. Centrada no período da maturidade do escritor carioca, a seleção de Gledson - que também assina a introdução do volume e os comentários - proporciona uma ótima introdução ao Machado cronista, permitindo cotejá-lo com o criador dos grandes contos e romances.