Enquanto teorias de conspiração querem explicar a emergência deste momento apocalíptico na história do mundo como resultado de uma engenharia social maléfica, Ruy Costa oferece uma análise sociocultural da modernidade e pós modernidade como expressãoda racionalidade monológica do iluminismo. A este momento histórico Ruy Costa dá o nome de era da mesmice. Esta análise é informada principalmente pela escola de filosofia crítica de Frankfurt e pela teologia latino-americana. Costa integra as ciências da religião, ética e teologia numa visão do culto como um fenômeno incipiente de transgressão desta racionalidade da mesmice.Quem conhece bem os escritos de Rubem Alves poderá notar uma certa continuidade entre o trabalho dele e o texto de Ruy Costa, especialmente com respeito a sua leitura crítica - nietzschiana e kierkegardiana - da modernidade bem como um certo alarme quanto a fé na tecnologia. Rubem Alves não era um neoludita, mas era cínico quanto a promessa de humanização implícita nafé no progresso. Ao mesmo tempo, Ruy Costa herdou de Rubem Alves um grande respeito pela leitura semiótica da experiencia religiosa bem como a convicção de que todas as leituras são limitadas e que além delas se esconde o que ele (juntamente com Rudolf Otto) chama de mistério tremendo.