Conheci Alfredo na faculdade de Audiovisual em Brasília. Ele havia acabado de se mudar para a cidade e nossa paixão por cinema logo nos uniu. Juntos, assistimos a muitos filmes de Karim Aïnouz em festivais de cinema e dançamos músicas indie em festas queer - quando nem sabíamos ao certo o que significava esse termo. Hoje, 20 anos depois, sinto-me honrada por ter sido convidada a fazer uma das primeiras leituras deste livro, fruto de sua tese e dos dedicados anos de estudos que realizou em Portugal. Abrindo-se de forma honesta sobre sua relação com o cinema e os estudos queer, Alfredo nos leva pelo percurso que percorreu em sua pesquisa. A primeira parada é a Dimensão Queer: aqui, discorre sobre o histórico do termo, desde a tradução literal até a apropriação pelo movimento e pela teoria queer. Depois, conhecemos o cinema queer, para então chegar à sua análise do queer no cinema de Karim Aïnouz. Com uma escrita gostosa e fluida, ao mesmo tempo que crítica e profunda, a leitura pode ser apreciada tanto por pesquisadores da área quanto por cinéfilos e todas as pessoas interessadas em compreender como o cinema pode ser espaço de resistência, afeto e reinvenção. Patrícia Dantas