Na experiência da hegemonia do cristianismo e da ideia de Deus sempre no singular, falar de guerras e pactos de deuses pode provocar incômodos. Mas abrir mão dessa segurança propicia uma empolgante percepção: descobrir a polifonia de mentalidades e modos de religião que permeiam o cristianismo estabelecido e que até mesmo escapam por suas brechas. A história da América Latina Colonial revela guerras violentas de deuses, tantas vezes ocultadas; e também pactos de deuses, que passaram despercebidos. Hoje o pluralismo crescente coloca em pauta a necessidade de reler essa história em busca de diálogo e de interrelações construtoras da paz fundada na dignidade e justiça.