Por que se escreve um diário? Por que razão anotamos diariamente num caderno o que acontece na nossa vida? Para que manter um registro contínuo dos nossos pensamentos, das nossas dúvidas ou pequenas desgraças? Nos ensaios que compõem este livro, Felipe Charbel lê os diários de Kafka, Virginia Woolf, Peter Moen, Julio Ramón Ribeyro, Susan Sontag, Alberto Giordano e outros. Sendo ele também um escritor de diários, Charbel reflete sobre sua prática, suas motivações e a própria materialidade que rodeia esse tipo de escrita íntima: que tipo de caderno usar, qual a cor de caneta preferida, qual o melhor horário para escrever. Cada um dos capítulos nos leva a pensar o diário como campo de experimentação da escrita, um laboratório. Mas também comoestratégia terapêutica: em tempos sombrios, o diário nos ajuda a aplacar a ansiedade, a enfrentar traumas ou a viver o luto. Nesses casos, a escrita dos dias pode se transformar numa necessidade física, quase um vício. O diário como registro ou comosubstituto da vida? Dia após dia após dia, essa é a pergunta que todo escritor de diários não se cansa de fazer.