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Escrito ao longo das décadas de 1930 e 1940, esse Dicionário de bolso é um conjunto de máximas e aforismos que o poeta modernista reuniu na forma de verbetes, sem impor-lhes uma ordem rígida. A esmagadora maioria das definições se refere a nomes próprios de personagens da história universal e brasileira - clássicos da literatura desde Aristófanes e Virgílio até Shakespeare, Rabelais e Goethe; personagens bíblicas (Caim, Abel, Noé, Moisés) e grandes vultos da política (Aníbal e Gengis Khan, mas também Hitler e Stálin); pensadores que remontam à Antigüidade (Cícero, Horácio), téologos (Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino), moralistas (Montaigne, Pascal) e um grande número de filósofos (de Voltaire e Rousseau a Marx e Nietzsche). Esse manual onomástico, porém, não tem caráter informativo; sua tônica é a irreverência iconoclasta e bem-humorada, que retoma o tom polêmico dos fragmentos presentes na Revista de Antropofagia (1928-1929) - na qual Oswald condensou a estratégia