Problemas urgentes que decorrem de desigualdades sociais no início da terceira década de nosso século atualizam a dúvida sobre a viabilidade de Direitos Humanos - tão antiga como a Declaração Francesa, no século XVIII, ou o debate entre Einstein e Freud sobre um mundo sem guerras, na primeira metade do século XX. O risco da extinção da humanidade e o horror desumano das duas Grandes Guerras no século passado motivaram uma Declaração Universal feita de parâmetros que sintetizam, também, ideais para guiar a superação daqueles conflitos e de outros futuros. Logo, sua defesa remete à transformação da violência em negociação - levando à formação para a convivência e à sua premissa imperiosa: a condição humana é atributo de todas as pessoas, grupos e povos. Ora, isso se produz por uma permanente Educação em Direitos Humanos (EDH), articulada à defesa de direitos; à conscientização sobre esses direitos e sua história para superar desigualdades construídas às custas dos marginalizados; e à necessária mudança social. Com isso, a EDH pretende o empoderamento de pessoas cuja humanidade é recusada - muitas vezes até pelos poderes públicos - e a formação de todos e todas como sujeitos de direitos. Situada nesse vasto campo de estudos, esta coletânea resulta da colaboração de pesquisadoras e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da UFPB e convidados, organizada em torno de três eixos: a reflexão teórica, a produção científica de conhecimento e a intervenção para o fortalecimento de práticas de EDH - ainda mais necessárias hoje, quando o Estado, paradoxalmente, acentua políticas de desumanização e se volta contra os Direitos Humanos.