Um dos mais expressivos movimentos sociais da atualidade, recentemente, completou 30 anos de existência. No 1.º de janeiro de 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) quebrou paradigmas de História única, colocando-se enquanto um baluarte combativo frente às globalizações perversas. Assim, esse movimento colocou-se enquanto opositor às desigualdades, tanto pelas armas quanto pela palavra. Nesse recorte, a presente obra tem como objeto as reivindicações e ressignificações históricas empregadas pelo EZLN, assim como o local que a organização da região de Chiapas assume para si. No propósito de investigação, foram analisados os cinco volumes de documentos presentes na coleção EZLN: Documentos y Comunicados, englobando os manifestos, notas, declarações e proclamações escritos pela organização, no período de 1994 até 2001. Nessa perspectiva, o escrito investiga a maneira com que o movimento traça linhas conectivas dentre diferentes tradições de luta e resistência, que desembocam no próprio EZLN. Assim, priorizou-se a análise das tradições indígenas, marxistas e zapatistas clássicas enquanto centrais na constituição de uma "herança" revolucionária. Utilizando-se também dos conceitos de Hegemonia e Práxis, como estabelecidos por Antonio Gramsci, também se objetivou averiguar de que forma o movimento chiapaneco buscou efetuar uma disputa histórico-cultural no panorama mexicano e global.