O autor se propõe aqui a nada menos do que reafirmar os compromissos originários da filosofia com a realidade social, o que significa colocar-se à altura de fazer um diagnóstico da biopolítica dos nossos tempos, quando a politização integral da vidacoincide com a espetacularização da sociedade, seguindo uma lógica e uma dinâmica em que, retirado da produção real e tornado totalmente abstrato, o capital se volatiliza e torna-se imagem espetacular. Ao mesmo tempo, ele reivindica novamente para a filosofia a tarefa de intervir nessa mesma realidade sob as formas diversas da resistência e pensar alternativas para o sequestro da política e do direito pela violência e pela dominação, quaisquer que sejam os disfarces em que se transmudam suas míticas repetições. Por isso, o autor deste livro pensa uma temporalidade revolucionária - é necessário denunciar a natureza espetacular do discurso que a ordem repete sobre si mesma, trazendo à luz suas fraturas e pontos fracos, o que só pode ser feito a partir de uma concepção de história descontínua, não-linear e comprometida com a tradição dos oprimidos.