O programa da Idade Média compreendia as Sete Artes Liberais. No séculoXVI se organizou o ensino das humanidades e, em seguida, alguns educadoresde tendências naturalistas o julgaram pouco conforme às realidades davida. No século XVIII, a Alemanhaabriu as primeiras escolas reais. MariaTeresa, influenciada pelo Emílio, diminuiu, nos colégios, a parte consagradaao classicismo. Na França, os Enciclopedistas e os pedagogos da Revolução,especialmente Diderot, Lakanal, Dauneu, Condorcet, pedema substituiçãodas humanidades por estudos científicos. No século XIX, o ensino modernopenetrou em todo os países civilizados.Seria injusto contestar a necessidade desse ensino. Mas o que não seadmite é que tenha o mesmo valor educativo que as humanidades clássicas.Estas têm a seu favor os mais magníficos resultados. Devemos a esses métodos,dizia Voltaire, "os nomes mais célebres do nosso país", em particular osgrandes escritores, a maior parte dos inventores e dos sábios mais ilustres dostrês últimos séculos. Em nossos dias, um exame desinteressado tem verificadoque os alunos que têm as melhores classificações para admissão às escolassuperiores, com impressionante maioria, foram os que tinham cursado antesas humanidades clássicas.Acrescentemos que os partidários do ensino moderno pareciam não terem vista senão vantagens econômicas e materiais. Tem-se até pretendidoque certos adversários dos estudos clássicos agiam sob a influência de duaspaixões: a da igualdade, que nãotoleraria nem mesmo a aristocracia dainteligência; e a da irreligião, que acha meio de prejudicar a Igreja abolindo oensino do latim.Esta luta do cientismo contra o ensino tradicional não tem dado bonsresultados.