A história da humanidade é repleta de exemplos de transformação do ser humano em objeto para finalidades de outras pessoas. Hoje, no contexto das inovações tecnológicas, questiona-se se não estamos presenciando um novo tipo de discriminação, mais sutil, que considera como pessoa apenas o ser humano com determinado grau de desenvolvimento físico, psíquico e social. Nesse sentido, no que diz respeito às tecnologias reprodutivas, observa-se uma lacuna entre a formulação ética e a normatização jurídica. A ausência de leis para sua regulamentação acaba por abandonar a questão ao crivo exclusivo do saber médico, obstando a influência de outros conhecimentos. Diante desses fatos, a presente obra se destina àqueles que se inquietam com as novas tecnologias produtoras de vida, tendo a consciência de que o tratamento dispensado à vida humana no seu início coloca em relevo uma questão muito mais densa: que humanidade nós queremos ser?