Em Imaginários emergentes e mulheres negras: representação, visibilidade e formas de gestar o impossível, Rosane Borges se nutre de um oceano de referências para apresentar e acompanhar gestos e atos de transformação empreendidos por mulheres negras, destinados a formular e a executar um novo projeto de país e de mundo.Ao discutir o fim do espaço-tempo em que vivemos (além de parte de seus esteios conceituais e de suas ferramentas analíticas) e a possível construção de um novo mundo - "tecido por uma tapeçaria na qual um sistema de pensamento negro e feminino e propostas políticas e metodologias de intervenção pública compõem os fios de uma urdidura que se entrecruza" -, a autora procura mostrar saídas, rastreadas no tecido do manto das mulheres negras, para que possamos escapar do colapso em que nos encontramos.Segundo Rosane, "se a crítica é um trabalho pioneiro na dor do tempo e um pedaço de uma cura exemplar, este livro, por meio das vozes ancestrais que o move, se não procura oferecer a cura exemplar, investe em reconhecer os gestos de quem soube metamorfosear dor em beleza, sem esquecer o que significou a escravidão transatlântica, fazendo dessa experiência um acontecimento que devolve para o coletivo a responsabilidade de todos e de cada um e nos coloca como protagonistas para urdir o tempo que vem, o tempo espiralar".