A presente obra, já publicada em países europeus, especialmente Inglaterra e Hungria, nos trás uma reflexão serena sobre o que há de melhor no pensamento liberal e conservador no século XX, sem desprezar referências obrigatórias aos autores de raiz,como Edmund Burke, Alexis de Tocqueville, James Madison e outros.Dispensando minuciosas e pouco úteis distinções, tão ao gosto dos taxonomistas ideológicos, João Carlos Espada nos leva diretamente ao que há de mais importante na herança política ocidental, representada com vigor pelo pensamento e pela experiência dos "povos de língua inglesa", como se referia Churchill na sua grande obra.O que Espada nos demonstra, percorrendo os ensinamentos de renomados autores, é que a mais preciosa tradição estabelecida na prática política das modernas democracias liberais é o exercício da liberdade da forma como foi concebida, organizada e institucionalmente protegida a partir de uma herança intelectual e cultural própria. Em outras palavras, liberdade política representa um patrimônio profundamente enraizado e bem-sucedido na história anglo-americana. Quando o "espírito conservador", com seu estilo prudencial de ação, se aplica sobre essa matriz, o que ele protege é o modo livre de viver daspessoas com suas crenças, seus costumes, seus valores e, portanto, a liberdade humana.Não é por acaso, que quem nos apresenta a obra em magnífico prefácio é João Pereira Coutinho, já bem conhecido dos leitores brasileiros.O autor se vale, com certa freqüência, de um estilo autobiográfico que nos torna partícipes das suas incursões intelectuais, como quando recém-chegado a Londres é recebido por Karl Popper na intimidade da sua biblioteca residencial em Kenley e este, respondendo à sua curiosidade sobre duas grandes estantes de livros, o introduz à compreensão da importância de Winston Churchill para o salvamento da civilização ocidental. A figura do grande estadista, escritor e guerreiro britânico representa, de certo modo, a síntese doespírito de liberdade anglo-americana. SOBRE O AUTOR:João Carlos Espada é director e fundador (1996) do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford (1990-94), soborientação de Ralf Dahrendorf, leccionou nas Universidades de Brown, Stanford e Georgetown, nos EUA, e no Colégio da Europa, Campus de Natolin (Varsóvia). Dirige desde 1998 a revista quadrimestral Nova Cidadania e fundou em 2004 a secção portuguesa