Estrear como prefaciadora de um livro não é uma tarefa fácil. Contudo, a oportunidade de enveredar por mais uma seara da aprendizagem me permitiu aceitar o desafio e aqui estou ousando apresentar esta obra composta por uma coletânea de textos do professor Celso Ferrarezi Junior, Doutor em Linguística pela UNIR e pós-Doutor em Semântica pela UNICAMP. Em 2009, por ocasião de uma visita que fiz ao município de Guajará-Mirim, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o prof. Ferrarezi e, logo, reconheci um "Indivíduo de Caráter Irrepreensível" (CI). Sua simplicidade em falar da educação e de seus "entremeios" me encantou e passei a ser uma leitora assídua do "Artefato Cultural". Algumas vezes, cheguei a arriscar comentários dos textos postados e, em um deles, fui brindada com uma de minhas observações. O jeito inteligente, bem-humorado, sincero, mas, sem perder de vista a criticidade necessária na qual a temática educação merece ser tratada, o faz contar histórias que nos levam a refletir sobre como a educação é construída em nosso país e no imaginário das pessoas. Isto faz da ideia dos organizadores desse livro, Fabíola e Sérgio, uma bela oportunidade para estender a outras pessoas o contato com o universo de pensamentos que o professor Ferrarezi nos proporciona. Ao abordar temas delicados como a falta de qualidade da educação e a falta de comprometimento e ética de alguns profissionais que se dizem "educadores" nos leva a meditar sobre o papel que devemos efetivamente ter para buscar uma nova educação formada por CI's. Ao ler os textos deste livro muitas vezes me enxerguei neles e percebi quantos indivíduos "urubuescos" convivem conosco sem que nada possamos fazer para extirpá-los. Alguns desses textos foram escritos há mais de uma década, mas continuam atuais. Isto nos leva a questionar "Por que os automóveis e computadores evoluem com tal velocidade e o elemento humano que os cria teima em continuar na ignorância?" "Por que o velho/atual discurso que apregoa que a educação é a salvadora/redentora do mundo não é capaz realmente de promover uma revolução 'educadológica'?" Talvez isso possa ser explicado por umas das reflexões do Celso no texto "O Lobo Mau mora no atalho": [...] Conhecimento fere o fundo da alma e, para poder extirpar as raízes e cicatrizes deixadas pela Ignorância e sua família, ele procede uma operação cruel, sem anestesia, um arrancar abrupto, que decepa de nós pedaços de nossa carne, de nossa alma e de nossa história. [...] Ou seja