Se o século XX foi o século das imagens e dos seus efeitos, o século XXI se impõe diante de nós como o século da coabitação in extremis das linguagens, dos suportes e das experiências multi e intersemióticas. Nesse cenário, o problema do sincretismode linguagens - questão central para a semiótica contemporânea - acaba por se ligar às diferentes formas de manifestação e de circulação das linguagens e à forma como experimentamos sua produção e sua percepção. Assim, a vida pode ser compreendida como uma experiência irredutível de sincretismo nos planos da expressão e do conteúdo, em todas as suas formas e na mobilização de todas as suas substâncias. Após mais de 50 anos de pesquisas semiológicas e semióticas sobre a imagem e suas relações comas demais linguagens, noções como texto, discurso, expressão, suporte, semissimbolismo, enunciação, percepção, entre outras, ainda se fazem presentes. Nesta obra, propomos revisitar a metalinguagem e os pressupostos teórico-metodológicos dos estudossobre o sincretismo à luz dos novos e desafiadores objetos de que a semiótica vem se ocupando já há algumas décadas - objetos que alteraram profundamente a paisagem teórica contemporânea e prometem ampliá-la ainda mais - buscando avaliar o seu impacto na semiótica e, mais amplamente, na sociedade contemporânea.