Você já percorreu uma obra em que cada capítulo sugere abrir a porta que se entrelaça à arte? É isso que a coletânea Literatura e outras artes: traduções culturais e diálogos interdisciplinares propõe. Desde a primeira página, o leitor é direcionadoa pensar como a literatura se transforma, e se reinventa com: o cinema, o teatro, a música, a arte visual, a memória, o corpo e atos de resistência. Ao longo dos quatro eixos temáticos, a coletânea realiza uma passagem entre mundos que raramente se encontram nas estruturas disciplinares convencionais. Assim, a obra se apresenta como conceito orientador que convida o leitor a escutar as palavras que vibram em diferentes registros, tonalidades e ritmos.Em um tempo marcado pela complexidade das identidades e pela urgência de narrativas plurais, trazer à baila entrelaçamentos em diversas cores afirma o poder da literatura como força de transgressão, memória e invenção. Destaca-se, ainda, o compromisso político e ético que atravessa todos os artigos: a crítica se apresenta como prática situada, engajada, sensível às tensões do presente. Essa dimensão crítica se traduz na pluralidade metodológica que orienta as abordagens, que vão da análise literária à crítica cultural, da epistemologia decolonial à estética da recepção, e confirma a relevância da obra como contribuição significativa à crítica literária interdisciplinar brasileira contemporânea.Assim, Literatura e outras artes: traduções culturais e diálogos interdisciplinares é mais do que uma reunião de artigos: é um gesto de escuta e invenção. Com rigor analítico, densidade conceitual e sensibilidade poética, a obra reforça que a literatura, ao se abrir a outras linguagens, renova a potência de tocar o mundo, de narrar os corpos e de imaginar outros modos de existência.