A partir de inúmeras questões levantadas no tratamento de pacientes somatizantes, surgiu a necessidade de repensar a técnica analítica. A dificuldade de simbolização prejudicava por vezes a associação livre desses pacientes, causando impasses e impedimentos ao trabalho. As manifestações corporais se mostravam como índices evidentes para uma investigação sobre os conflitos, e era por meio delas (sintomas, gestos, posturas) que as associações podiam ser feitas, como acontece com o jogo, na análiseinfantil. A pesquisa ampliou-se pela constatação de que, também em outras organizações psíquicas, uma via sensorial é inerente à comunicação analista-analisando. Fez-se, então, necessário resgatar o corpo sensível do paciente, e interrogar sobre osdispositivos analíticos que consideram a extraordinária presença do corporal.