Neste confuso início de século XXI, tecnologias de complexidade antes inimaginável convivem com o crescimento da xenofobia, intolerância e do racismo. Quando políticas de reparação a violências históricas passam a ser atacadas e imigrantes viram "inimigos", é momento de recorrer à História para compreender: quem foram as reais vítimas - e seus reais algozes - de nosso passado? Como tratar as memórias de violências de massa de modo que eventos semelhantes não se repitam, sem banalizá-las na forma de espetáculo nem sacralizá-las de forma despolitizante? Como, enfim, combater o negacionismo que busca apagar o passado e impedir medidas de reparação? Este livro apresenta como a historiografia do fim do século XX passou a focalizar as figuras da vítima de violências de massa e da resistência contra ela. O entendimento de que a vítima é mais que uma consequência inevitável dos processos históricos, afinal, não é apenas um exercício teórico e sim uma necessidade urgente para a sustentação de nossa sociedade.