Ao mergulhar nos textos que fazem parte destevolume, o leitor será levado a problematizar osmarcos fundadores e temporais, reafirmadosem efemérides, por meio de práticas erepresentações, que elidem e obliteramsujeitos e processos históricos, em ralação àsvozes, regiões, os trânsitos e os deslocamentosno campo político da cultura e suas respectivasinquietações. Será convidado a debater ashierarquias da consagração que produziramordenamentos e o poder hipnótico do fato,estruturado e ocasionado pelos impactosgeopolíticos, culturais e econômicos, em jogose iniciativas políticas de grupos e práticasculturais que se quiseram hegemônicos, noprocesso de construção da identidadebrasileira.Boa leitura!o leitor atento vai perceber que temosAo tomar contato com esta coletânea,como inspiração central as ideias deCarlos Alberto Vesentini. Elas demonstramcomo é preciso estabelecer distinçõesprecisas entre o campo depossibilidades instituinte do processohistórico e o delineamento dainterpretação vitoriosa quefundamentará a unicidade interpretativaforjada a posteriori. Nas palavras doautor: "dado o fato, relativamenteirredutível em seu caráter unitário eapesar de conter em si um universo depráticas de reflexões e alocações,perdidas de vista, ele exige que sejaexplicado, levando o pensamento a sedebruçar sobre si. E nós aceitamos aexclusão de todos os agentes, cujareflexão não incidir sobre a mesmacategoria [...]. Mas isto é parte do próprioprocedimento fatualizador. [...]. Agora,cada fato nos convida a refletir e aaprofundar seu entendimento, a partirdesse sentido inicial, relativamenteopaco, mas como forma indicativa".(VESENTINI, C. A. A teia do fato. SãoPaulo, Hucitec, 1997, p. 72).