Um clássico do quadrinho nacional que retrata a vida em uma favela carioca Ao investigar as origens da comunidade em que nasceu, o fotógrafo Maurício Hora, morador do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, pesquisou a história do local e descobriu que ela era a primeira favela brasileira, surgida em 1897, ao ser ocupada por soldados que haviam combatido na Guerra de Canudos, na Bahia. Escrita e desenhada por André Diniz, Morro da Favela é uma narrativa necessária para se entender o dia a dia das comunidades do Rio de Janeiro. Essa HQ é contada do ponto de vista de um morador que buscou na fotografia sua identidade e acabou produzindo um registro que entrou para a história da cultura brasileira. Publicada pela primeira vez em 2011, a obra foi vencedora do prêmio HQMix nas categorias “Melhor Edição Especial Nacional” e “Melhor Roteirista Nacional”, e depois disso ganhou o mundo, com edições publicadas na Inglaterra, França, Portugal, Polônia e Peru. Nascido em 1968, Maurício foi criado pelos avós paternos até aos 6 anos, pois o pai, um dos primeiros traficantes da cidade, passou algumas temporadas na prisão e a mãe não tinha como sustentá-lo junto com seus irmãos. Ele cresceu sem ter autorização para brincar fora de casa. Na adolescência, quando começou a trabalhar como ourives, foi pago com uma câmera fotográfica por um dos serviços que fez. Isso mudou sua vida, tornando-o um observador atento do cotidiano da favela, seja em sua crueza, seja em sua beleza. A nova edição da DarkSide® Books conta com dois posfácios em quadrinhos feitos pelo autor. O primeiro deles, de 2017, detalha os desafios enfrentados pelo Morro da Providência durante os preparos para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, ocorrida em 2016. E um novo e exclusivo posfácio para a esta edição descreve uma operação social coordenada pelo fotógrafo e por Alessandra Roque, sua companheira, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020. Além disso, em uma introdução escrita especialmente para esta edição, Diniz explica como, na HQ, “por mais que falemos de uma comunidade que representa di