Por muito tempo, Apolo Pinheiro esteve enclausurado em A., o corpo feminino em que nasceu. Ele não via a hora de escapar da caverna imposta pela sociedade e encarar a vida com a identidade que realmente lhe pertencia.O renascimento como o homem que era exigiu que Apolo engatinhasse para ser enxergado num mundo que já o discriminava enquanto ocupava o corpo de uma mulher lésbica.Após a transição, os desafios ficaram ainda maiores: era preciso recuperar o seu lugar nos palcos como artista, conseguir acesso a um tratamento de saúde de qualidade e ser chamado pelo nome que lhe cabia. Tudo isso ao mesmo tempo em que era cobrado a dar respostas para perguntas que ele ainda fazia para si mesmo.Com habilidade e destreza, a jornalista Bianca Vasconcellos destaca a voz de um jovem que não mediu esforços para defender seu direito de existir sem restrições em um mundo cão, como ele batizou uma de suas músicas autorais. Esta é uma narrativa potente sobre a história real de um homem que escolheu viver sem amarras e não desistiu de ser feliz - e livre.